sábado, 22 de janeiro de 2011

Cavaquistão da Coelha: "Troca por troca? "

A nova casa de férias da família Cavaco Silva foi adquirida, por permuta, a uma empresa de que era sócio Fernando Fantasia, parceiro de negócios de Oliveira Costa. O Presidente não revela onde se encontra a escritura pública.

Certa é apenas a existência de uma permuta, registada em fevereiro de 1999, que passou a propriedade dos dois lotes de terreno, na Coelha, e a casa, da empresa Constralmada - Sociedade de Construções Lda., para o casal Aníbal e Maria Cavaco Silva.


Carapeto Dias, que, na semana passada, não se recordava de quem tinha sido o «construtor civil» com quem tinham sido permutados os terrenos, afiança que «foi tudo feito de forma limpa. O professor Cavaco não permite coisas sujas».


O registo, a que a VISÃO teve acesso, confirma também que o lote se encontrava «omisso na matriz», o que ajuda a explicar a ausência de qualquer registo matricial na Conservatória de Albufeira.


A VISÃO procurou obter, junto do gabinete do Presidente da República e junto da sua direção de campanha para a re-eleição na Presidência, esclarecimentos sobre este negócio, tal como acontecera na semana passada.


Em concreto: Por que valores foram avaliados os terrenos que adquiriu, e os que cedeu? Recorda-se do ano e do local onde foi feita a escritura pública desta transação?
Quem lhe propôs a permuta?


O MISTÉRIO OPI

A resposta veio, através de uma fonte oficial da direção de campanha: «O Professor Cavaco Silva já disse o que tinha a dizer sobre o assunto.» Belém não respondeu.


...uma consulta ao Diário da República mostra que a Constralmada é uma empresa subsidiária da OPi 92, de Fernando Fantasia, que tem uma vivenda três portas ao lado (lote 15) e que surge envolvido em operações complexas, durante a gestão de Oliveira Costa no universo BPN/SLN.

E não se tratava de uma empresa qualquer da SLN. Nuno Melo, deputado do CDS, durante os trabalhos da Comissão de Inquérito do Parlamento ao caso BPN, chegou a declarar que «a OPI e as sociedades que gravitam à volta desta como a Pluripar e outras, são um problema grande que temos para compreender. E são um problema grande porque refletem o que, no BPN, funcionava à margem da transparência das contas, à margem da consolidação, à margem das informações ao Banco de Portugal» (ata da reunião de 24/3/2009).

Franquelim Alves, ex-administrador da área não-financeira da SLN, adensou as dúvidas, no Parlamento: «Nunca vi nada escrito. Havia declarações que diziam que a sociedade era detida pelo sr. Fantasia, mas, na realidade, em última instãncia, o beneficiário da sociedade deve ser a SLN ou a SLN Valor.»

A curiosidade dos deputados devia-se, sobretudo, à famosa compra de terrenos, na zona de Alcochete. A aquisição dos últimos 4 mil hectares da chamada herdade de Rio Frio 2, a poucos dias da decisão governamental de instalar o novo aeroporto de Lisboa nas imediações (finais de 2007), por empresas ligadas à OPi continuou a ser investigada.






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